Reflection: Encontros e desencontros
Porque, no fundo, eu acredito em encontros e desencontros.
Por mais que eu não fale em voz alta, lá no fundinho do inconsciente é isso que
me deixa aqui, escrevendo esse texto e pensando em um ex e futuro amor.
Porque quando éramos guris, eu te olhei pela primeira vez e
não levou muito tempo para eu chorar. Porque doeu, não foi você dessa vez, mas
não demorou a ser.
Porque quando éramos crianças, eu te olhei de canto de olho,
e você me viu pela segunda vez. Eu fingi que não te vi, mas doeu, não foi você,
mas não demorou a ser.
Porque quando éramos meninos, você estava do meu lado, e eu
fingia que lia uma revista para não ficar vermelha com o seu olhar. Doeu, não
foi você, mas não demorou a ser.
Porque quando éramos pré-adolescentes, eu te vi entrando por
uma porta. Logo doeu, mas não foi você, mas não demorou a ser.
Porque quando éramos adolescentes, por um minuto ou dois eu
fui o amor da sua vida e eu te vi permanecer, por uma vida ou duas, na minha
cabeça. Doeu, não foi você, mas não demorou a ser.
Porque quando pré-adultos, eu juntei coragem e me joguei, mas
a piscina de amor era rasa e o piso tinha sido mudado. Doeu, não foi você, mas
não demorou a ser.
Eu não sabia que uma mesma pessoa podia entrar e sair assim
em uma vida, afinal deveria cobrar pedágios altíssimos, pois é crime brincar
com a sanidade mental de uma jovem.
Saiba que doeu e foi você, naquela vez, que brincando de
adulto resolveu desconsiderar todos esses encontros e desencontros e me
esquecer.
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