Reflection: Fugi de mim mesma


Eu fugi tantas vezes, de tantas coisas e pessoas que até perdi a conta. Já mudei de lado na rua, já sai correndo, já bati a porta. Mas dele foi diferente, eu fugi, mas fugi de mim mesma.
Lá estava ele, parecia tão intocável, tão distante do meu mundo e de todo mundo. Mistério é algo que meche com a cabeça de qualquer menina, mesmo se ela crescer. Então, fugi. Fugi do que minha mente insistia em  imaginar. Era impossível.
Lá estava ele, agora tão popular, tão confiante de si, tão diferente da menininha que era. E todos sabem que o diferente encanta e desencanta por ser mais uma vez impossível. Fugi. Corri da minha mente, desliguei o inconsciente.
Lá estava ele, tão estável, tão legal, tão ele. É, realmente foi mais difícil fugir dessa vez. Foi uma tarefa árdua, mas consegui. Guardei a chave desses pensamentos debaixo do tapete de entrada, para quem sabe um dia resgatá-la. Agora já não parecia tão impossível assim.

Lá estava ele, novamente tão diferente de todo mundo, agora tão parecido comigo. E agora o impossível era fugir de mim mesma. Então, tirei a chave debaixo do tapete pra escrever esse texto. E dizer que talvez, suponhamos do verbo verdade escondida que pode ser que tô meio que o querendo.

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