Reflection: Foi sim


Tem coisas nessa vida que só pode ser coisa do destino, coincidência, aviso de Deus ou má sorte. Eu acredito na quinta opção. Mandinga. Da braba. Da forte. Da que pega mesmo. Daquela que a música fala: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Essa mandiga é um bicho custoso.
Passa janeiro. Fevereiro chega arrasando, como diria um conhecido: inferno astral da porra. O raio cai na cabeça três vezes, o espelho desliza da mão e quebra mesmo que nem passe perto de um e vai ter mil rachaduras por metro cúbico. O carro estraga, o ônibus não passa e dá uma tempestade e logo após um sol de rachar coco bem quando está a três quilômetros de casa.
Chega março. Aniversário é algo surpreendente. Cada ano tem uma surpresa pior. Prova surpresa, reprovação, bronca, some a chave de casa, fica na fila do pronto socorro público quando tem dez mil casos emergentes, pega fogo na casa, o chuveiro queima, o computador pifa, o trabalho se perde.
Passa abril, maio, junho, julho, agosto, setembro. Um período de acalmia, porque até o mandingueiro sabe que ninguém é de ferro. Só não sabe a sua universidade, o seu curso e seus professores.
Vem que vem outubro. Chega de mansinho, o horoscopo nem é dos piores. Mas ele dribla com a direita, dribla com a esquerda e gol. Lá vem. A internet é cortada, a televisão não pega, a memória do celular enche, o whatsapp trava, a senha do email não funciona, o computador não liga, nem a paciência restou (do computador e a minha). 
E fica aqui ou aí ou na Índia ou em Miami, sozinho que nem leproso condenado refletindo sobre a vida e repensando os pecados. Será que foi aquele dia que desobedeceu a mãe? Foi. Foi sim. Foi mandiga. Daquelas.  

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